Os cientistas estão prestes a desvendar o mistério de desenvolvimento do Universo. Um grupo de astrônomos britânicos e australianos demonstrou a existência da chamada “energia escura” que faz o Universo alargar-se cada vez mais rapidamente. Esta descoberta põe em dúvida as teorias elegantes, baseadas na concepção não tradicional da gravitação.
Na década de 20 do século passado soube-se que o Universo está se alargando e que os quanto mais longínquos e remotos estão os objetos tanto maior é a velocidade da sua fuga. Impõe-se a impressão de que eles seriam impelidos por uma certa força. Esta força foi chamada “escura”, pois se trata de uma energia invisível que preenche uniformemente o vazio. O princípio teórico deste fenômeno foi formulado em 1998. No entanto alguns cientistas negavam a existência da energia escura. Na sua opinião a causa do fenômeno era outra – afirmava-se que nas distâncias grandes e supergrandes as leis de gravitação funcionam de uma outra maneira: inicialmente a atração mútua diminui e depois transforma-se em repulsão. Esta teoria foi fundamentada nas obras de “modificação da gravitação”.
Mas agora os astrônomos demonstraram com ajuda de dois métodos totalmente independentes que a energia escura realmente existe. Durante cinco anos os britânicos e australianos conseguiram recolher com ajuda de um telescópio terrestre e um telescópio orbital dados sobre a “fuga” de 200 mil galáxias. Foi isso que constituiu a essência do primeiro método. O segundo conjunto de informações dizia respeito à velocidade de formação das aglomerações de galáxias e à heterogeneidade da sua distribuição no espaço. As galáxias mais velhas, que foram incluídas nesta “lista”, têm à volta de 8 bilhões de anos, o que corresponde a mais da metade da idade do Universo.
Uma análise de toda a informação obtida confirmou o fenômeno de matéria escura. O mais simples é compará-lo ao fenômeno de antigravitação, - explica Pavel Lebedev, pesquisador – sênior do Centro Astrocósmico do Instituto Físico junto da Academia de Ciências da Rússia.
A energia escura é um certo meio condensado com propriedades totalmente incomuns. Esta energia possui uma pressão negativa enorme. A sua densidade aumenta à medida que o Universo se dilata. Se a sua quantidade é muito grande, o Universo alarga-se com uma certa aceleração e em vez da atração surge o fenômeno de repulsão.
Mas os adeptos da chamada “gravitação modificada”, que negavam a existência da energia escura, não estão dispostos a render-se Procuram aplicar os seus cálculos não somente para explicar a fuga das galáxias, mas também para os casos em que se trata de distâncias muito menores do que bilhões de anos-luz. Os físicos conhecem a chamada “anomalia dos Pioneiros”, isto é, o desvio estranho dos veículos “Pioneiro – 10” e “Pioneiro – 11”, lançados há 40 anos em direção aos extremos do Sistema Solar, em relação a suas órbitas pré-calculadas. O cientista norueguês Kjell Tangen conseguiu explicar através de emendas das fórmulas de gravitação a atual posição dos “Pioneiros”, mas as órbitas reais do Urânio e do Plutônio não se inscrevem nos seus cálculos. Portanto, os teóricos certificaram-se mais uma vez de que a troca de leis é uma via que leva para um beco sem saída. Quanto à trajetória destes veículos, esta podia ser mudar por causa da radiação térmica dos seus próprios sistemas de geração de energia ou em resultado da influência da matéria escura, chamada também substância escura. Por enquanto pode-se fazer apenas uma idéia indireta a respeito da influência desta substancia misteriosa, utilizando, por exemplo, o fenômeno de deturpação da forma espiralada das galáxias devido à distorção dos raios de luz por grandes massas invisíveis. Pavel Ivanov prossegue:
A substância escura é constituída por partículas, cuja pressão é tão pequena em comparação com a energia escura, que pode ser menosprezada. Os cosmólogos afirmam que elas formam a “poeira cosmológica”. No processo de alargamento a sua densidade diminui. Se conseguirmos descobri-las, será clara a natureza das interações elementares e a natureza das partículas.
Mais de 95% da massa oculta do Universo corresponde à substância escura e à matéria escura, enquanto que a sustância atômica comum, de que são constituídos os seres humanos, os planetas e a estrelas, responde por menos de 5% desta massa,- afirma o cientista. O esclarecimento da natureza da substancia escura e da energia escura representa, provavelmente, o maior problema das ciências naturais. Espera-se que o “Espectrômetro magnético – alfa”, que a lançadeira espacial “Endeavour” levou há relativamente pouco para a Estação Espacial Internacional, permita resolver este problema. Este aparelho único é obra conjunta de cientistas de 16 paises, incluindo a Rússia. Este espectrômetro de 7 toneladas irá buscar nos raios cósmicos os produtos da interação fraca entre a substancia escura e a substancia comum.
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